segunda-feira, 15 de junho de 2009

CLUBE DESPORTIVO DE S. MARTINHO DE MOUROS APOSTA NO FUTSAL*

Origem do Clube Desportivo, Recreativo e Cultural

As gentes de S. Martinho de Mouros sempre tiveram grande apetência e paixão pelo futebol. Foi nesta vila que nasceu a primeira equipa estruturada do concelho, denominada “Football Club de S. Martinho de Mouros”, cuja apresentação ocorreu em 7 de Janeiro de 1923 em jogo disputado com o “ Lamego Football Club”. Faz parte da memória dos mais velhos o ambiente de grande animação que rodeava as tardes de domingo, durante os jogos de futebol, disputados pelos mais jovens no recinto defronte da escadaria da igreja do Senhor do Calvário e, mais tarde, no largo da Feira Nova. Antigos jogadores relatam com orgulho a forma como conseguiam apresentar o piso com condições mínimas para jogar em dias de chuva, revestindo-o de terra seca ou areia. Nos anos sessenta e setenta do século passado, S. Martinho de Mouros chegou a integrar os torneios organizados pela então FNAT (Fundação Nacional para a Alegria no Trabalho), afirmando-se como um dos melhores clubes da região. No início da década de oitenta, por falta de um campo de futebol com condições mínimas exigidas, não foi possível prosseguir os torneios nem sequer efectuar jogos com equipas das freguesias vizinhas.

Face a esta carência, o presidente da antiga Casa do Povo, Alípio Pereira de Faria, tomou a iniciativa de mandar fazer um campo de futebol em Vila Verde, cuja construção se iniciou em 1982, tendo ficado com condições mínimas para aí se jogar à bola um ano depois. Os balneários foram feitos a seguir com o contributo dos jogadores e adeptos do futebol local da altura. A fim de preencher os requisitos mínimos para a integração em torneios, outras obras tiveram de ser feitas, as quais só terminaram em 1988. Por isso, só nesse ano se procedeu à respectiva inauguração, tendo sido convidada uma equipa de prestígio, o Boavista Futebol Clube, patrocinada pelo Sr. Manuel Pereira, das Caves Cristal da Suíça, cujo resultado foi favorável à equipa visitante por 5-1. Este acontecimento despertou um enorme entusiasmo e teve grandes repercussões na freguesia, tendo despoletado a necessidade da formação de uma associação desportiva. E assim nasceu o Clube Desportivo, Recreativo e Cultural (CDRC) de S. Martinho de Mouros, cuja escritura foi efectuada em 26 de Outubro de 1989.

Victor Joaquim Cardoso Baptista encarregou-se da concepção e desenho do emblema identificativo do clube, tendo a respectiva bandeira sido paga pelos doze membros fundadores do mesmo. Os primeiros órgãos sociais da recém-formada associação foram constituídos a partir do núcleo fundador, tendo a direcção sido formada pelos seguintes elementos: António Pereira Lopes de Azevedo (presidente), Manuel da Silva (tesoureiro), Mário João Rebelo Osório de Faria (1.º secretário), Manuel Rodrigues Lourenço (2.º secretário) e José Pinto (3.º secretário).

O clube começou por participar no campeonato do Inatel na época desportiva de 1990/91, tendo ficado no 2.º lugar. Em 1991/92, entrou para a 3.ª divisão distrital e, no ano seguinte, ascendeu à 2.ª divisão distrital, onde militaram várias anos, tendo constituído um clube de referência do concelho e onde se formaram e passaram muitos atletas. Nesta década, foram realizados vários melhoramentos no campo de futebol, tendo o mesmo sido alargado e efectuadas obras de requalificação nas bancadas e nos balneários.


Equipa de futsal

Tendo em conta as exigências e os custos associados à manutenção do futebol federado para uma equipa inserida em meio rural, o CDRC de S. Martinho de Mouros desistiu desta modalidade, preferindo apostar na formação de uma equipa de futsal, o que aconteceu em 2004. E foi uma opção acertada, pois os bons resultados obtidos são disso uma demonstração. Na época de 2004/05, disputou o campeonato distrital da 1.º divisão (série única) de Futsal da Associação de Futebol de Viseu, integrando 16 clubes, tendo ficado em 3.º lugar. Na época seguinte 2005/06, obteve o 7.º lugar do mesmo campeonato da Série Norte, que integrou 11 clubes, tendo a Série Sul sido constituída por 12 equipas. Nesse ano, veio a obter o 1.º lugar na Liguilha, disputada por 4 clubes. Em 2006/07, o CDRC ascendeu à divisão de honra de Futsal da AF de Viseu, tendo obtido o 5.º lugar, de entre 12 equipas. Na época transacta (2007/08), ficou na 5.ª posição da mesma divisão, de entre 12 equipas. Na presente época, com 9 jogos disputados por igual número de equipas da época passada, o clube de S. Martinho de Mouros encontra-se a meio da tabela. Em juniores, participou no respectivo campeonato nas épocas de 2005/06 e 2006/07, tendo obtido, respectivamente o 2.º e 3.º lugares.


Dinâmica e festa do jogo

As dimensões do campo (40m de comprimento por 20m de largura), o menor peso e tamanho da bola, o reduzido número de jogadores por equipa (cinco, incluindo o guarda redes), o número livre de substituições e a ausência de foras de jogo, entre outras características, transformam esta modalidade num espectáculo de emoções fortes. Concretizando melhor algumas destas especificidades em relação ao futebol, importa salientar as seguintes: um jogador substituído pode voltar ao campo para substituir qualquer outro jogador; uma substituição pode efectuar-se sempre, esteja ou não a bola em jogo, devendo apenas o atleta que entra ou sai fazê-lo pelo sector especifico; a partida compreende dois períodos de 20 (vinte) minutos cada um, sendo o jogo cronometrado, de forma a contabilizar o tempo da bola em jogo; o intervalo tem a duração de 10 minutos; e cada equipa pode pedir um minuto de “tempo morto” em cada um dos intervalos para descansar ou receber instruções.

A elevada velocidade e agilidade de movimentos, a rápida aceleração e mudança de direcção em espaço reduzido, compartilhado por adversários e colegas de equipa, a capacidade de concentração, a rapidez de percepção das movimentações em campo e o talento de previsão para a adequada decisão constituem factores mais que suficientes para levar as pessoas ao Pavilhão de S. Martinho de Mouros, sábados à tarde.

Logo que o actual treinador, Prof. José Fernando de Almeida, me informou que o lema do futsal era “ataque e contra-ataque” resolvi fazer-me sócio do clube, prometendo reservar muitos sábados para assistir a este espectáculo recheado de imprevisibilidade, dinamismo e alegria, desenvolvido por uma equipa jovem e empenhada.


Intendência do clube

A “mística” da equipa, baseada no desportivismo, amizade e combatividade, é o combustível que a todos move. Ninguém ganha dinheiro nem há quaisquer gratificações. O clube apenas paga as refeições e lanches aquando dos jogos, ajuda os atletas na aquisição das sapatilhas e concede um subsídio para as deslocações para os treinos e jogos em S. Martinho de Mouros. Em jogos fora de casa, o transporte é efectuado numa carrinha do clube, cuja aquisição foi possível graças à comparticipação da Câmara Municipal de Resende e da Junta de Freguesia de S. Martinho de Mouros.

A gestão tem de ser rigorosa, pois, apesar de tudo, as despesas são muitas (filiação do clube e inscrição dos jogadores na AF de Viseu, exames médicos, policiamento, taxas de jogo…).

A Câmara Municipal tem concedido anualmente um subsídio de 6.000 euros e a Junta de Freguesia um outro no valor de 1.000 euros. O resto das receitas advém das quotas dos sócios (10 euros anuais), da exploração do bar da sede no pavilhão municipal, das angariações no cantar dos Reis/Janeiras, da venda de galhardetes, bonés e cachecóis, de fundos obtidos com um stand de comes e bebes montado na festa do Senhor do Calvário e de patrocínios de algumas empresas locais, designadamente a de Emídio Horácio que fornece gratuitamente os kispos, fatos de treino e equipamentos dos jogos.


Perguntas e respostas


Por quem é constituída a direcção do CDRC?

A direcção é constituída pelos seguintes elementos: José Manuel Xavier (presidente), Jorge Manuel Almeida Fonseca (vice-presidente), Manuel Fernando Rodrigues Xavier (secretário), José Manuel Castro António (tesoureiro) e Pedro Miguel Rodrigues Carvalho (vogal), que é o capitão da equipa.

O grande objectivo desta direcção é lutar pela classificação da equipa em lugar acima do meio da tabela e conseguir que a associação atinja cem sócios com as quotas em dia.


Quantos elementos integram o plantel e a equipa técnica?

O plantel é actualmente constituído por quinze jogadores, dos quais quatro vieram dos juniores, integrando a equipa principal pela primeira vez na presente época.

São provenientes de diferentes freguesias do concelho, com predominância de S. Martinho de Mouros e de Resende, havendo dois que vivem no concelho de Baião e um no concelho de Mesão Frio.

Treinam duas vezes por semana (às terças e quintas feiras) das 20 às 22 horas, sob o comando do Prof. José Fernando Rodrigues de Almeida, coadjuvado pelos treinadores adjuntos Nelson Almeida e Vitorino Ferro (antigo jogador).

O Enf. Ricardo Quintino dá o apoio possível, garantindo a boa forma física dos jogadores.


Tem havido transferências?

A equipa tem vivido sempre com a prata da casa, investindo na formação dos mais novos. Devido ao seu valor, tem havido jogadores aliciados por outros clubes O caso mais conhecido foi a transferência do guarda redes Ronaldo para a equipa de Futsal do Boavista. Desde o final da época passada, são quatro os jogadores da equipa de futsal de S. Martinho de Mouros que se encontram actualmente noutros clubes. Assim, o Marcos, o Samuel e o Prof. Rui Rebelo (ex-treinador e jogador) foram para o Grupo Desportivo de Resende. Por sua vez, o Serginho integra actualmente a equipa de Futsal de Balsa-Nova, que disputa a 3.º divisão nacional.


O que fazer para assistir aos jogos?

Os jogos em casa (Pavilhão Municipal de S. Martinho de Mouros) do campeonato e da taça disputam-se aos sábados com início às 16h. Os interessados apenas têm de desembolsar a módica quantia de um euro, o que constitui um valor simbólico. Costumam assistir à volta de oitenta pessoas. O clube tem uma página na internet sempre actualizada, com a história e dados relevantes, onde os interessados poderão consultar o calendário e os resultados dos jogos (http://smmfutsal.com.sapo.pt)

*Texto de autoria de Marinho Borges, publicado no Jornal de Resende, no número de Janeiro de 2009

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