quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Festa de Natal das Músicas de S. Cipriano e Encontro de Coros organizado pela Casa de Resende em Sintra*

Festa de Natal das Bandas de Música de S. Cipriano
Festa de convívio e notícias d’ “A Nova”
O convívio d’ “A Nova” teve lugar no passado dia 26 de Dezembro à tarde, na sede da Banda, tendo como ponto alto o concerto que a mesma disponibilizou. A tarde foi abrilhantada ainda pelas actuações do Clube Recreativo Musical Rerizente, regida por Vítor Resende, músico da banda “A Nova”, e do Grupo Social de S. Cipriano. Este dia de festa, que teve uma grande participação de público, terminou com um lanche.
Como já vem sendo habitual, “A Nova” abrilhantou a missa do primeiro dia do ano, celebrada na igreja paroquial de S. Cipriano, tendo tido a colaboração de um coro de crianças e jovens da catequese. No final da celebração, teve lugar um pequeno concerto, em que a música foi a linguagem para saudar os presentes e transmitir os votos de um Feliz Novo Ano.
Refira-se que a Banda Musical de S. Cipriano “A Nova” tem novos órgãos sociais, decorrentes do processo de eleição que teve lugar no passado dia 25 de Outubro. O presidente da direcção é José Luís Silveira Lage, de 31 anos, músico da banda desde os 16 anos, sendo enfermeiro de profissão. A direcção artística dos cerca de 50 músicos manter-se-á sob a batuta do Professor Fernando Paulo Morais Teixeira.
Refira-se ainda que a associação desta banda levou a efeito, no passado dia 5 de Dezembro, o 2.º torneio de sueca, em que estiveram em disputa dois borregos e dois leitões, e um magusto, no passado dia 14 de Novembro, em que actuou uma “mini-orquesta”, composta por jovens músicos das duas bandas de S. Cipriano, num gesto de união e boa vizinhança.

Programa da festa d’ “A Velha”
O dia de festa da banda de música de S. Cipriano “A Velha” decorreu no passado dia 27, tendo tido como primeiro acto, às 10h45, uma homenagem aos músicos já falecidos com uma visita ao cemitério, onde o presidente da direcção, Henrique Francisco, fez questão de salientar o exemplo de dedicação e a memória de todos os companheiros que já partiram, tendo aí deposto uma coroa de flores. Às 11h30, quarenta e um elementos (seis instrumentistas e trinta e cinco vocalistas), entre os quais muitas crianças e jovens, abrilhantaram a celebração da Eucaristia, presidida pelo P. Abel Costa, coadjuvado pelo Diácono Tiago Cardoso. As várias vozes, complementadas pelo som dos vários instrumentos, sob a direcção do maestro Jorge Manuel Pinto Cardoso, que executaram várias canções de Natal, emprestaram solenidade e festa às cerimónias da missa, cujas leituras reflectiram o tema da família. A homilia, proferida pelo Diácono Tiago Cardoso, a estagiar em Penedono, focou a importância da estabilidade familiar e do papel da experiência dos pais e dos mais velhos no desenvolvimento dos valores nos filhos. Dirigiu também uma saudação especial aos elementos da banda de música, à qual pertenceu. O ofertório saiu da rotina habitual, pois comportou a oferta de vários instrumentos musicais, a cada um dos quais foi associado um determinado significado simbólico, devidamente explicitado aos presentes.
À tarde, com início às 15h, teve lugar um concerto na sede da Casa do Povo, que contou com a participação de um numeroso público. Marcaram presença o Pároco, o Presidente da Câmara, a Vereadora da Cultura e os Presidentes das Juntas das Freguesias de S. Cipriano e de Ovadas. O Eng. António Borges proferiu um breve discurso, em que relevou o papel cultural e educativo das duas bandas de música de S. Cipriano, cabendo a cada uma delas ser a melhor, de acordo com a exigência dos respectivos simpatizantes, tendo referido que esta competição saudável tem sido o fermento do dinamismo e do percurso de qualidade de ambas as bandas de música. A terminar, dirigiu uma saudação especial de parabéns à direcção e a todos os elementos da banda “A Velha” por este dia de festa que pretende comemorar os 169 anos da sua fundação. As várias músicas do reportório prenderam a assistência e os muitos fãs presentes, que não se cansaram de pedir mais uma.
Este dia de convívio terminou com um lanche à população.
Encontro de coros organizado pela Casa do Concelho de Resende em Sintra
Em prol de Resende
O Grupo Coral da Casa do Concelho de Resende em Sintra, criado em 2003, começou por cantar os Reis como forma de convívio e para desejar um Bom Ano aos sócios, familiares e amigos. Pelo terceiro ano consecutivo, contudo, resolveu convidar outros grupos similares da região na época dos Reis, o que torna este evento um encontro de coros, potenciando novos públicos.
Convém referir que o grupo coral é constituído por cerca de 35 elementos, sendo a expressão mais actuante da Casa de Resende, sendo muito solicitado para festas, casamentos e outros eventos. Por delegação dos órgãos sociais da associação, o grupo é coordenado por Rita Botelho, que é a principal dinamizadora deste evento, Joaquim Botelho e Joaquim Pereira, tendo como maestro Paulo Tasul. Os ensaios decorrem às sextas-feiras à noite. A maioria das canções é retirada do reportório do Cancioneiro de Resende, constituindo, assim, um instrumento de difusão das nossas tradições musicais.
É um coro com características muito especiais. Não é apenas um grupo cujos elementos têm em comum o amor à música e o prazer de cantar. É um grupo com identidade muito própria, que tem Resende como elo, que faz gala de difundir o nosso património cultural e os nossos atractivos, como as cerejas e as cavacas. Este é um dos motivos por que Resende já é tão familiar a muitas das pessoas da região, constituindo os trabalhadores da Câmara Municipal de Sintra um bom exemplo desta situação. Anualmente, no dia 6 de Janeiro, o grupo coral desloca-se aos respectivo edifício dos paços do concelho para cantar os Reis.

Cantar os Reis ou as Janeiras?
Antigamente, eram grupos informais, formados por afinidades de gosto musical (saber cantar ou tocar um instrumento), idade e amizade que, na época dos Reis, percorriam as aldeias do nosso concelho, cantando músicas alusivas, sendo pretexto para um são convívio e para ir petiscando e bebendo. Actualmente, esta tradição tem sido continuada e assumida pelos vários grupos associativos, de natureza social, desportiva, cultural e musical, sendo aproveitada para angariação de fundos, na maior parte dos casos.
E por que razão se denominam cantares de Reis ou de Janeiras? A última designação tem a ver com o mês em que ocorrem, Janeiro, que era o mês de Jano, deus romano, responsável por abrir as portas para o ano que se iniciava. Era uma divindade importante de que os romanos esperavam protecção, sendo especialmente invocado no mês de Janeiro. Era tradição que as pessoas se saudassem em sua honra no início de cada ano, e daí o nome de Janeiras. Esta celebração pagã foi parcialmente assimilada pela cultura cristã, substituindo-a pela comemoração da visita dos Reis Magos, tendo dado origem a narrativas de cariz popular, consubstanciadas em histórias, poesias e canções, que foram enriquecendo o imaginário popular. Assim, há letras que põem em destaque este acontecimento e outras que lhe são alheias. De qualquer modo, a designação cantar os Reis é a que se encontra mais generalizada no concelho de Resende.

Encontro de coros
Numa iniciativa da Casa do Concelho de Resende, decorreu, como já foi referido, no passado dia 9 de Janeiro, na sede do Sporting Clube de Lourel, próximo de Sintra, um encontro de coros, que se transformou numa grande festa de convívio, constituindo uma maneira diferente de desejar aos presentes um Feliz Ano através da música e cantares, muitos dos quais alusivos aos Reis Magos.
A sessão começou cerca das 21h00, com palavras de boas vindas por parte de Rita Botelho e de Joaquim Pinto aos 10 grupos participantes e ao numeroso público presente. O coro anfitrião iniciou a actuação com três canções, entre as quais o hino da Casa de Resende, sob a direcção do maestro Paulo Taful, tendo contado também com a participação de Hugo Janota no órgão e de David Botelho e Luís Rosário na viola. Seguidamente, subiu ao palco cada um dos restantes 9 grupos, cabendo a cada um deles executar uma canção.
Por volta das 22h45, teve lugar uma acção plena de simbolismo, que consistiu no acendimento de uma vela pelo representante de cada um dos grupos, tendo sido recordados alguns significados associados à respectivas chama: paz, esperança, sabedoria, serenidade, confiança e beleza. Após esta cerimónia, todos os grupos foram chamados ao palco para cantarem o Hino da Alegria, dando-se assim por encerrada a actuação dos coros.
Para variar e num outro registo, os presentes puderam assistir seguidamente, durante meia hora, à execução de danças de salão por dois pares de exímios dançarinos, mestres de uma associação cultural vizinha.

Convívio
A noite terminou com uma ceia, ofertada pela Casa de Resende, que incluiu um delicioso bacalhau com natas, sopa, bebidas e sobremesas, a que se juntou, em clima de partilha, uma grande quantidade e variedade de comes e bebes, trazidos pelos diversos grupos. Este momento implicou o trabalho de muitas pessoas da associação anfitriã, que deverá ser devidamente reconhecido, pois estava em causa um serviço de atendimento a mais de quatrocentas pessoas, tendo tudo decorrido organizadamente.
Todos os responsáveis das associações presentes manifestaram a sua satisfação por esta iniciativa e pelo modo como decorreu.
Após o repasto, o ambiente não esmoreceu, terminando o programa com um baile à moda antiga.
De volta às suas casas, ainda ecoavam as estrofes do hino da Casa de Resende, por todos cantadas:

Viva Resende,
Terra querida,
Tu és p’ra sempre
Da nossa vida,
Viva Resende
És a maior….

São quinze freguesias
Aldeias encantadas
De longe nós lembramos
Nossas terras amadas.
*Notícias elaboradas por Marinho Borges e publicadas no Jornal de Resende (número de Janeiro de 2010)
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