sexta-feira, 23 de março de 2012

Ao almoço, no restaurante "Gentleman", com Sónia Fonseca Pinto, Presidente da Junta de Anreade*

“Ele é integralmente um gentleman”
Esta citação de Rebeca West, escrita na parede à direita, logo à entrada do restaurante, define e caracteriza o ambiente acolhedor, a arte de bem receber, o bom gosto e a qualidade da comida. Este novo Gentleman, capitaneado por Manuel Pedro Gomes, de decoração sóbria e de muito bom gosto, corporiza o conceito abrangente de restauração: pratos regionais, refeições para dias especiais, almoços muito económicos de preço fixo, pizas, massas e menus infantis, de entre outros destaques. Com bom tempo, poder-se-á desfrutar do espaço convidativo da esplanada. Algumas informações úteis encontram-se no site
www.o-gentleman.pt
Sónia Pinto escolheu lombo assado com batata assada. Foram pedidas duas doses, que fizeram jus à escolha e que proporcionaram uma óptima refeição e uma agradável conversa.

Quem é a Presidente da Junta de Anreade
Sónia Cândida da Fonseca Pinto nasceu a 27 de Outubro de 1982, no Hospital de Santo António, para onde a mãe foi encaminhada para o parto. Frequentou o Jardim de Infância, sedeado no salão paroquial de Anreade, dos três aos cinco anos. Fez o primeiro ciclo da escolaridade na Escola de Monte Pó. Depois matriculou-se na Escola Preparatória, onde concluiu o segundo ciclo, findo o qual transitou para a Escola Secundária D. Egas Moniz, onde fez o terceiro ciclo e o ensino secundário.
Finda esta etapa, rumou para a Universidade de Évora, onde se licenciou em economia em 2005. Embora longe de Resende, o que a impedia de visitar a família e o concelho todos os fins de semana, gostou do ambiente estudantil e do Alentejo. “Hoje, se tivesse de optar, voltava a escolher a Universidade de Évora”, refere. Entretanto, fez mais três cadeiras para poder ter acesso à Ordem dos Técnicos Oficiais de Contas (TOC), o que lhe permitia ter mais vantagens em termos de saídas profissionais. No final, arranjou um patrono para estagiar, o que aconteceu num gabinete de contabilidade da vila de Resende. Após o estágio, fez um exame de avaliação profissional, o que lhe permitiu a inscrição na Ordem dos TOC.
Depois de obtenção destas certificações, trabalhou durante vários meses na banca na modalidade de prestação de serviços. Após esta experiência, foi contratada pelo BPI. Entretanto, em 2008 recebeu um convite do Sr. Provedor da Santa Casa da Misericórdia de Resende, Dr. José Dias Gabriel, para trabalhar nesta instituição, sendo presentemente a Directora dos Serviços Administrativo-Financeiros.
Pertenceu ao Rancho Folclórico e Etnográfico de S. Miguel de Anreade. É membro do grupo coral desta paróquia. É sócia e colaboradora da Associação Paroquial “Miguel Anjo” de Anreade.
Casou em Julho de 2011. Vive em Caldas de Aregos.

O que fez e o que espera fazer por Anreade
É este o seu primeiro mandato como Presidente da Junta da Freguesia de Anreade, que conquistou integrada em lista do PS, cuja maioria já pertencia a este mesmo partido no anterior mandato. A actual Assembleia de Freguesia tem a seguinte composição: 4 elementos PS, 2 PSD e 1 CDU. Esta aventura na vida autárquica não foi programada e deu-se por um acaso. Como o anterior presidente da Junta mostrou vontade de não se recandidatar, um tio seu, antigo Presidente da Junta, e outros elementos ligados à vida autárquica local acharam que era chegada a altura de uma equipa jovem tomar em mãos os destinos da Junta de Anreade. Para o efeito, numa reunião lançaram o desafio à Dra. Sónia Pinto e Sérgio Monteiro, aos quais se veio a juntar o Marco Moura. Apresentada a proposta ao Eng. António Borges, a mesma obteve total concordância.
É com entusiasmo que a actual equipa tem enfrentado o desafio e deitado mãos à obra, tendo-se deparado com um bom clima por parte da oposição no seio das reuniões da Assembleia Municipal.
Além das tarefas que fazem parte das competências específicas da Junta, como a limpeza dos caminhos e espaços públicos da freguesia, há um conjunto de acções já executadas ou em execução e que passaremos a resumir. Foi concluído o processo toponímico dos arruamentos, tendo já sido colocadas as respectivas placas de identificação. Foi adquirida uma carrinha que permite uma resposta mais rápida a pedidos vindos de vários pontos da freguesia, o que tem facilitado algumas tarefas como a limpeza de arruamentos. A responsabilidade pela carrinha tem sido entregue a pessoas recrutadas na base da medida do Instituto de Emprego e Formação Profissional “contrato emprego -inserção”. Fez obras na sede da Junta de Freguesia, tendo remodelado o telhado e pintado as paredes. Promoveu diversos cursos de dupla certificação (escolar e profissional), o que fez com que diversas pessoas obtivessem os diplomas dos 6.º e 9.º anos.
Relativamente ao futuro, continuará a apostar na qualificação profissional com a oferta de cursos no âmbito da internet, inglês e higiene e segurança no trabalho. E irá tentar resolver a questão espinhosa da regularização e actualização dos proprietários dos alvarás das campas e jazigos do cemitério, perspectivando o alargamento do actual ou a construção de um novo. Em parceria com a Câmara Municipal, irá envidar esforços no sentido de se proceder ao alcatroamento de alguns caminhos e de dotar toda a freguesia da rede de água ao domicílio e de esgotos.

Respostas breves

1. Onde passou as últimas férias?
Madeira

2. Compra preferencialmente português?
Sim; tento

3. Quais os seus passatempos?
Ir ao cinema e fazer compras

4. Qual o momento mais feliz da vida?
O casamento

5. E o mais triste?
Felizmente não encontro um acontecimento triste que até agora abalasse a minha vida

6. Que faz para ultrapassar as “neuras”?
Respiro fundo e espero que passe

7. Qual o seu prato preferido?
Sou um bom garfo; tenho dificuldade em referir um em especial

8. Qual a obra mais necessária para o futuro do concelho de Resende que falta fazer?
A ligação de Resende a Bigorne (A24)

9. O que mais admira nos outros?
A boa disposição e simpatia

10. O que mais detesta nos outros?
A mentira e hipocrisia

11. Qual é a festa que lhe dá mais gozo comemorar?
A festa da Labareda e de S. Miguel de Anreade

12. Quais os locais do concelho para onde costuma ir passear?
Penedo de S. João, Monte de S. Cristóvão, Penedo de S. João e Aregos

13. Tem algum objecto que guarda com particular predilecção?
Não

14. De que mais se orgulha?
Da educação recebida e de ter chegado até onde me encontro

15. Quais as três obras mais importantes para o concelho feitas após o 25 de Abril?
A ponte da Ermida, Auditório, Centro de Saúde, entre outras

16. Acredita que a construção da estrada Resende/Bigorne irá arrancar brevemente?


Se dependesse exclusivamente da Câmara Municipal, sim. Tendo em conta a crise actual, não será tão cedo

17. O que é que acha que o Eng. António Borges irá fazer após a saída da Câmara Municipal?
Irá continuar a abraçar o projecto político que desenhou para o concelho

18. Associa a palavra Resende a..?
Cerejas e cavacas

19. Já foi multado por infracção ao código da estrada?
Não

20. Já alguma vez deu uma prenda que lhe tinha sido previamente oferecida?
Não


21. Concorda que o Estado limpe as matas de quem não o fizer e mande a conta?
Sim, mas só depois das pessoas serem devidamente informadas e até eventualmente multadas

22. Que áreas deverão ser privilegiadas para criar emprego em Resende?
Apostar ainda mais no turismo

23. Refira dois nomes que mais contribuíram para o desenvolvimento de Resende?
Eng. António Borges e Dr. Brito de Matos

24. É favorável à redução de autarquias, designadamente de freguesias?
Em zonas urbanas poderá ter algum sentido; nas zonas rurais são essenciais na ligação às populações

25. Tem argumentos para fixar os mais novos na freguesia de Anreade?
Acho que devem ser mobilizados para apresentação de projectos criativos de forma a aproveitar as infra-estruturas do Parque Industrial de Anreade

26. De que mais gostou deste “novo” Gentleman?
Do estilo, acolhimento e ambiente

*Apontamento de minha autoria, publicado no Jornal de Resende, n.º de Fevereiro de 2012

terça-feira, 20 de março de 2012

SECUNDINO CUNHA APRESENTOU O LIVRO ‘CASAS DE ESCRITORES NO DOURO’ NO MUSEU MUNICIPAL DE RESENDE*

No passado dia 17 de Março, foi apresentado no Museu Municipal o livro ‘Casas de Escritores no Douro’, um livro da autoria de Secundino Cunha com fotografias de Sérgio Freitas. Na apresentação, marcaram presença António Borges (presidente da Câmara Municipal de Resende), Dulce Pereira (vereadora da cultura do município), José Manuel Cunha (editor do livro) e claro, os autores – Secundino Cunha e Sérgio Freitas.
O livro faz uma viagem textual e fotográfica pelas casas onde viveram doze ilustres nomes da literatura portuguesa: Eça de Queirós, Teixeira de Pascoaes, Miguel Torga, Guerra Junqueiro, Trindade Coelho, João Araújo Correia, Fausto José, João Campos, Visconde de Vila Moura, Domingos Monteiro, Fausto Guedes Teixeira e António Cabral. Esta obra permite que o leitor faça uma viagem pelo íntimo de cada escritor e faz com que o mesmo vá de encontro ao espaço onde se construíram as vidas dos autores mencionados na obra. Dá a conhecer algo que é restrito em grande parte das vezes e tem como um dos objectivos avivar a memória das pessoas acerca destes nomes ligados à literatura e que têm sido esquecidos.
Dulce Pereira explica-nos o porquê do livro ser apresentado em Resende. ‘’O título do livro chama muito a atenção. Sendo Resende uma terra do Douro, faria todo o sentido que a obra fosse cá apresentada. Um livro que fala de escritores nascidos no Douro, um livro que nos dá uma perspectiva dos homens literários, da experiência e que passam muitas vezes para o papel de uma forma tão transcendente aquilo que nós muitas vezes não conseguimos escrever. São pessoas que nunca morrem. Conseguem pegar numa apara de um lápis e escrever de forma magistral aquilo que lhes vai na alma. É sempre uma forma de cultura um trabalho destes.’’ Acrescenta ainda que ‘’este livro é capaz de dar às novas gerações a possibilidade de conhecerem escritores que foram muito importantes na divulgação do nosso Douro.’’
António Borges vai no sentido da opinião anterior e diz-nos que ‘’esta é uma obra que contextualiza um conjunto de informação, quer escrita quer fotográfica, que de alguma forma vai sobretudo direcionada ao espaço onde nos encontramos e aquilo que são elementos de construção das próprias vidas dos autores, que aqui estão identificados. É evidente que, para o presidente da câmara de Resende, o primeiro impulso foi estar nesta apresentação porque este livro de alguma forma permite-nos a todos perceber que de facto há, sobretudo num momento como aquele em que atravessamos, um conjunto de realizações ou de realidades que nós achávamos que poderiam e que seriam as prioridades até das próprias políticas públicas, e até daquilo que está subjacente às próprias lógicas de desenvolvimento.’’
Tendo em conta que a fotografia é parte relevante nesta obra, falamos também com Sérgio Freitas, fotojornalista. Diz que ‘’uma coisa não fazia sentido sem outra. Mas continuo a dizer que o livro vale o que vale por causa da escrita, se bem que uma imagem valha mais que mil palavras. Sem dúvida que este livro é um grande enriquecimento cultural e não só para o Douro porque nos dá a conhecer a outra parte do escritor.’’
Secundino Cunha, jornalista e escritor do livro entende-o sobretudo como um trabalho jornalístico, um conjunto de reportagens que não foi fácil de concretizar: devo dizer que demoramos cerca de dois anos desde o levantamento à concretização do trabalho, escrita e paginação. O drama maior é o levantamento porque não há nada em Portugal sobre o tema. Estamos na fase em que o Douro fez 10 de Património da Humanidade e por cimo consideramos o trabalho sobre a região oportuno.’’ Adianta ainda que ‘’o principal objectivo é recuperar a memória dos autores aqui retratados, muitos deles completamente desaparecidos. O país não pode deixar-se ir em correntes modernistas que fazem esquecer o essencial. Fotografamos casas onde ninguém vai e certamente há curiosidade das pessoas para com isso.
Eu espero que este livro seja um enriquecimento cultural pelo levantamento que faz, pelo facto de dar a conhecer nomes grandes da literatura, acaba para contribuir para tal.’’
*José António Pereira e Rafael Barbosa
Os autores da notícia escrevem ao abrigo do novo acordo ortográfico
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