quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Artistas nacionais rumam a Miomães*

 Quando há três anos, Rui Carvalho, de 31 anos, natural de S. Cipriano, ficou desempregado da construção civil estava longe de imaginar que do infortúnio ia surgir a felicidade e a realização profissional. Apostado em mudar de vida, rumou à freguesia de Miomães, onde passou a residir, para explorar o “Café Millenium”, no Lugar da Leira Grande, apesar de não ter qualquer tipo de experiência neste ramo de atividade.
Após dois anos de prática, começou a realizar, aos fins de semana, sessões de karaoke, promovido por “Tusa Karaoke”, de forma a atrair pessoas, o que acabou por constituir um sucesso. A rivalidade com o “Café Acha” (entretanto encerrado), a poucos metros de distância, também ajudou na procura de novas iniciativas e de novos entretenimentos. Foi o que aconteceu, em janeiro deste ano, quando surgiu a oportunidade de convidar o António, natural de Baião, da Casa dos Segredos. “Quando aceitou e veio cá foi uma loucura. Juntaram-se aqui mais de um milhar de pessoas para o verem, o que lhe causou admiração por ver tanta gente num café”, recorda Rui Carvalho.
A partir daí, os convites a artistas da TVI nunca mais pararam, o que contribuiu para que nas noites de sábado se assistissem a autênticas romarias a Miomães, de pessoas oriundas do concelho, de Baião e de Cinfães para ver, tocar, ouvir ou dançar com os artistas nacionais da moda. “Os artistas que aqui vêm gostam e dão-nos os contactos dos amigos. O contacto direto com os artistas, sem passar por agências, permite que as condições financeiras sejam para nós acessíveis”, revela Rui Carvalho.
Durante o ano, foram várias as atrações em Miomães: do concurso “Casa dos Segredos” vieram o António, a Susana, a Vera “Veríssima”, o Carlos e a Ana Isabel; da novela “Doce Tentação” a Lara Galvão e da série juvenil “Morangos com Açúcar” a Marta Andrino, o Luís Garcia “Bryan” e a Mafalda Portela “MissyM”. Os seus papéis são simples: sessões fotográficas, autógrafos, cantos e danças. “Alguns perderam-se para chegar cá, mas acabaram sempre por chegar”, graceja Rui Carvalho
O segredo do sucesso destas iniciativas, para além dos próprios artistas, passa por uma boa promoção, através de cartazes espalhados estrategicamente pela região, pela entrada livre, “só paga quem consome”, assim como pela “ajuda dos amigos, quatro ou cinco, que trabalham gratuitamente, possibilitando a realização destes eventos”.
Rui Carvalho promete, apesar da conjuntura económica desfavorável do País, continuar com este tipo de iniciativas, que “dão nome à terra”. “Se não fosse a crise era um bom negócio, assim dá para ir vivendo”, conclui.
*Apontamento da autoria de Paulo Sequeira, publicado no Jornal de Resende, número de Dezembro de 2012
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